31 de jul. de 2012

UMA CRIATURA MELHOR!















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UMA CRIATURA MELHOR!

Mil ideias perpassam por mim sobre se Deus fosse um de nós, se fosse eu. De certo teria todos os meus defeitos com direito aos mais variados erros possíveis. Porque se Ele fosse eu, seria uma mulher comum fadada a cair em tentação, a destemperos da razão e tantos pensamentos diferentes do que Deus possa ter. Agora se eu fosse Deus, então seria toda perfeição! Seria uma criatura melhor. Porque se o Deus em que acredito é toda a graça, bênção, justiça e bondade que creio ser, eu teria outro olhar para as situações e pessoas. E veria o melhor que há em cada circunstância e em cada ser. Evitaria desconfortos por tentar mudar as mentes das pessoas pelo o que vejo de errado nelas. Perdoaria com maior facilidade as injustiças e tudo o que me magoa e simplesmente amaria muito. Sem limites ou medidas. Porque é assim que espero que Deus me ame. Acima do que sou. Além dos meus erros e falhas. Só pelo simples fato de ser obra de suas mãos. Afinal, se me criou, deve me amar uma quantidade! Certo? 


Djanira Luz


26 de jul. de 2012

VOVÔ ANTÔNIO E VOVÓ ALMIRA...





 
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VOVÔ ANTÔNIO E VOVÓ ALMIRA...



Minha avó tinha uma trança grande e vivia de coque. Era a avó com mais cara de vovó do mundo! O cabelo do meu avô era igual a neve e macio como veludo. Usava um chapéu de feltro que eu tirava toda a vez que ia visitá-lo para acarinhar os cabelos macios. Ele gostava disso. Minha avó tinha mão boa para cozinhar. Até o simples arroz com feijão preparado por ela era um banquete e tanto! Meu avô fazia orações de cura. Do corpo e da alma. Sempre que o via com um raminho em mãos, já sabia que alguém precisava de suas rezas. A casa ficava cheia de gente com pedidos de orações. Minha avó também era muito religiosa. O véu denunciava hora da missa. Meu avô gostava de fazer umas batidas. Um dia deu-me só um pouquinho do que preparara. Estava frio e disse que me aqueceria. Era doce. Tinha gosto de chocolate e canela. Queimou-me a língua e a garganta e meu rosto ficou vermelho como se pegasse fogo. Nunca mais quis provar outras das suas misturas de pinga! Minha avó amava as plantas. Havia de tudo em seu quintal. De flores às ervas para chá. O cheiro era sempre bom. O aroma adocicado vinha das flores e os cítricos das plantas medicinais. Meu avô fumava e eu vivia apagando seu cigarro. Ele nunca brigava comigo. Ria e acendia outro. Entendia que meu gesto era carinho de neta que se preocupa com o avô que ama. Minha avó vivia bonitinha com saias e vestidos coloridos. Tinha cuidado especial com seus cabelos longos. Usava óleo de Bourbon neles. Mamãe sempre levava para ela. Ainda posso sentir o cheiro quando penso em vovó. Lembro das suas zangas quando alguma neta pegava um pouco do seu óleo. Quanta saudade boa e divertida me vem nesta minha memória! Mas nem de só boas lembranças vivo. O cigarro levou embora de mim meu avô que não entendia em sua ingênua ignorância que a nicotina, na verdade, era uma guilhotina que lhe concedeu o câncer na garganta. Pobre vovô que vi definhar com o buraco da traqueostomia. Doía vê-lo com a cânula em sua garganta, tendo dificuldade para tudo. Para comer. Beber. Falar. Respirar e viver. Estava tão difícil viver que a morte o levou de nós. Da minha vó foi triste o dia em que cheguei ao hospital e a vi sem as longas e bem cuidadas tranças. Cortaram-na! Corria o risco de contaminação e lá onde se encontrava, com seu estado debilitado era difícil manter os cabelos compridos. Não havia mais o coque sempre bem alinhado. Ali somente cabelos curtos. No lugar do aroma do óleo de Bourbon, o éter do ambiente invadia minhas narinas. Assim, de uma forma forte e fria fazia-me ver a realidade ruim. Sim, eu quis fugir daquela visão, embora adultos não possam escapar de cenas doidas. Quando criança, eu podia esconder-me em algum canto e brincar do meu faz-de-conta-que-é-sonho-depois-eu-desperto. Mas naquele momento, não. Ali no leito da minha avó era realidade a ser enfrentada. E inalando aquele odor desagradável, eu me preparava para os últimos momentos ao lado dela. E foi assim que me vi sem meus avós queridos. No entanto, apesar do triste fim que geralmente nos roubam pessoas queridas, sempre que penso nos meus avós, só coisas boas surgem em minha mente. As ruins e tristes não preciso recordar, a não ser aqui neste meu registro de amor e saudade de neta.


Adenda: Tive mais proximidade com meus avós maternos. Os paternos, só conheci minha avó que passou um tempo em nossa casa quando deixou a Bahia para nos visitar. Meu avô era falecido.
 
Djanira Luz

12 de jul. de 2012

TODA FEITA POESIA...


                                                                Imagem de Sandro Gomes

                                                    


TODA FEITA POESIA... 

Mirava o céu e o mar e acreditava que a poesia provinha do infinito azul que a enchia de suave paz. E se pousava os olhos sobre as flores do campo, também imaginava vir de lá todos os poemas. Mas quando a noite negra e linda pontilhava seu manto de cintilantes inúmeras estrelas, tendo como atriz principal a exuberante Lua, já lhe surgia nova certeza. Deveria ser lá, então, a morada da poesia! O céu à noite é tão inspirador! E no amanhecer, a luz aquecida do Sol, dourando as horas alegres de viver, punha-lhe dúvidas a real origem da poesia. Porém, quando seu coração disparou extasiado diante de todas essas visões, percebeu que não era no exterior que a poesia acontecia, mas no íntimo da sua alma! Compreendeu ali que era feita noventa e nove por cento poesia. Nesse momento descobriu-se plenamente POETA! 

(By Djanira Luz) 


6 de jul. de 2012

BELEZA POR UMA BOA CAUSA!



                   BELEZA POR UMA BOA CAUSA!


Quando Gisele Bündchen plantou uma árvore dias antes da abertura Rio+ 20, muita gente comentou que só porque ela ser famosa estavam evidenciando tal ato. E por que ela não fazia isso anonimamente sem holofotes? 


Não sou de entrar em conversas evasivas que não me levam e nem a ninguém a lugar algum, mas dessa vez tive que sair em defesa da bela! Ainda bem que a Gisele apareceu fazendo algo que poderia ser imitado por muitos! Todo artista ou profissional da mídia deveria ter o dever e se sentir na obrigação de incentivar boas atitudes. 


Depois da reportagem, pode apostar como milhares de meninas e meninos, senhores e senhoras encheram suas cidades com mudas diversas imitando o belo exemplo da bela modelo! Aliás, a beleza precisa ser maior do que os olhos conseguem ver. E a Gisele tem demonstrado bem isso: seus sentimentos e pensares parecem ser tão bonitos quanto a sua parte física. E pode apostar também que até eu plantarei uma árvore em homenagem a ela ter permitido uso da sua ilustre imagem para tão nobre ato!



Djanira Luz

Imagem: http://www1.folha.uol.com.br/

4 de jul. de 2012

AS LIÇÕES DO MEDO...



Imagem arquivo pessoal. Meus sobrinhos Ana Júlia e Davi.

AS LIÇÕES DO MEDO...


Sentou-se ao lado dele.
- Tenho medo.
- Medo de quê?
- Do escuro...
- Também tenho.
- Sentir medo junto fica menos escuro, não é?
- Quando estou com alguém perto de mim, nem ligo para o escuro!
- Segura minha mão?
- Hã!?
- Assim não sentiremos medo...
- Ah... Melhor então eu abraçar você... Pode?
- Pode. Estou tão assustada que meus olhos estão assim arregalados!
- Pronto. Está bem assim?
- Muito! A minha mãe diz que abraço cura muita coisa...
- Curou o medo?
- Sim. Estou me sentindo tão protegida.
- Eu também!
- Quantos anos você tem?
- Sete.
- Eu tenho seis até setembro.
- Daqui a dois meses você terá a minha idade...
- Por que você está aqui fora sozinho?
- Meu pai foi ao banheiro. E você?
- Alguém chamou minha mãe e ela entrou.
- Que andar você mora?
- Não moro aqui, vim na festa da Sarah! Você conhece?
- Ainda não. Tem só três dias que ela mudou para cá...
- É! Por isso os pais dela estão dando uma festa. Para comemorar a nova casa.
- Ah...
- Quer ir lá comigo?
- Não posso... Hoje é dia de ficar na casa do meu pai.
- Ele não mora aqui com você?
- Não... Preciso ir, meu pai está me chamando!
- Vou sentir medo se me deixar sozinha!
- Sentir medo juntos manda o escuro embora, lembra?
- Mas você vai embora...
- Pensa que estou ao seu lado... É o que eu vou fazer quando sentir medo. Vou me lembrar você.
- Você nem sabe meu nome!
- Mas nunca mais esquecerei o seu rosto...
- Meu nome é Mariana.
- É lindo, eu gostei do seu nome.
- E o seu, qual é?
- ...

O pai apressado fez o filho correr até o carro sem tempo para responder a pergunta. Mariana ficou sem saber o nome do menino que levara embora o medo do escuro.  No lugar do medo, porém, ficou uma sensação estranha em seu coraçãozinho que jamais havia sentido. Tanto Mariana quanto o menino, naquela noite tiveram as primeiras lições do que é sentir saudade...
Djanira Luz
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